21/05/2020

Febre em bebês: como diagnosticar, tratar e prevenir

Febre em bebês: como diagnosticar, tratar e prevenir

A febre em bebê é um dos principais problemas enfrentados pelas mães. Ela costuma ocorrer pelo menos uma vez ao longo da infância e pode indicar que alguma coisa está errada com o organismo de seu filho. 

Um simples sinal de mudança do sistema imunológico ou reflexo de uma infecção, a febre sempre merece atenção. É fundamental observar o comportamento da criança e medir com precisão sua temperatura. Mães atentas poderão agir de modo mais preciso, evitando dores e desconfortos e garantindo que o bebê estará sempre seguro. 

Se o seu bebê está com febre é hora de manter a calma e conferir o passo a passo para saber se é apenas uma reação passageira ou sintoma que merece mais cuidado. 

Qual temperatura pode ser considerada febre em um bebê?

A maioria das mães se pergunta se 37º é ou não febre para um bebê. A resposta é: tudo depende.

Como poderemos ver, a temperatura corporal ideal depende da idade da criança. O diagnóstico de febre em um bebê de um ano não será o mesmo de um bebê de seis meses, por exemplo. Confira abaixo:

 

  • Bebês de dois meses ou menos: acima de 37,5ºC é considerado quadro febril. Abaixo de 35,5º temos um quadro de hipotermia, quando a temperatura do bebê cai drasticamente. 
  • Bebês de até um ano: acima de 37º há uma febre. Abaixo dos 35º há um caso de hipotermia. 

É importante lembrar que a febre em bebês é caracterizada pela constante da temperatura alta. Ou seja, a criança continua com o corpo em uma temperatura acima do normal dentro de um intervalo de pelo menos 6 horas. 

É possível que haja uma pequena variação na temperatura do bebê, o que dificulta o diagnóstico mais preciso. Na dúvida em saber quando é um caso de febre em bebê, tenha sempre em mente os números de referência abaixo:

  • De 36º a 37,5º – temperatura normal do corpo do bebê.
  • De 37,6º a 39,5º – febre.
  • De 39,6º a 41º – febre alta.
  • Acima de 41º – hipertermia 

Em todos os casos de febre é necessária a observação atenta ao comportamento do bebê. Se a temperatura se mantiver alta ao longo do dia, é recomendado a consulta com um médico especialista. No caso de registro de febre alta ou hipertermia deve-se procurar um médico imediatamente. 

Qual a melhor forma de medir a temperatura do bebê?

Bebês costumam ter certas variações de temperatura ao longo do dia, afinal, eles passam boa parte do tempo enrolados em roupas e mantas que preservam o calor. O próprio calor do corpo da mãe pode acabar elevando a temperatura da criança, sem que isso seja de fato um caso de febre. 

Para ter certeza que o seu bebê está com febre é necessário remover todas as roupinhas e realizar uma análise detalhada. Faça isso num ambiente fechado, sem mudanças bruscas de temperatura. Proceda com calma e bem devagar, para que o bebê não se agite demais.

Com um termômetro meça a temperatura na região das axilas durante um minuto. O ideal é um termômetro digital, capaz de aferir até mesmos as pequenas variações de temperatura de uma parte do corpo para outra. Alguns modelos fazem a medição também através do ouvido. 

Repita a ação a cada 15 minutos, sempre anotando o número de cada sessão. Se a temperatura se mantiver acima das marcas recomendadas é sinal de que o seu bebê está com febre e deve ser avaliado por um médico o quanto antes. 

Em casos de febre esporádica, meça a temperatura pelo menos 4 vezes ao dia. Se o quadro se repetir por mais de dois dias, é recomendado consultar um médico. 

Como diminuir a febre rapidamente?

Em casos de febre, como já salientamos, é fundamental que o seu filho seja examinado por um médico especialista. Mas em certas situações emergenciais você deverá se perguntar o que fazer para baixar a febre do bebê. Veja as principais dicas:

 

  • Retire o excesso de roupas do bebê: as vestimentas ajudam a preservar o calor, por isso num caso de febre o bebê deve ser vestido com roupas leves, de preferência de algodão. Mas atenção: só faça isso em ambientes fechados, sem ventos frios ou mudanças súbitas de temperatura. 
  • Cuide da temperatura ambiente: afaste o bebê de áreas muito quentes ou muito frias. De preferência por ambientes com ventilação natural, sem acesso a correntes de ar muito bruscas. 
  • Dê um banho de água morna: ao contrário do que se acredita, os banhos frios não são o ideal. Além do risco de choque térmico, o corpo da criança entenderá a mudança de temperatura como um sinal para produzir mais calor, agravando ainda mais a febre. Prepare um banho de água morna com cerca de 2 graus abaixo da temperatura do bebê. 
  • Faça compressas: a mesma regra vale para as compressas. Elas devem ser mornas e aplicadas em regiões como virilha, braços, nuca e abdômen. Escolha sempre tecidos de algodão natural para evitar eventuais alergias e irritações. 
  • Dê bastante líquido: pode ser água ou mesmo o leite materno. Em quadros febris a alta temperatura corporal faz com que a criança perca muito líquido, o que pode provocar desidratação. Mantenha seu bebê hidratado até que possa levá-lo ao médico. 

 

Além de todos esses cuidados é importante lembrar: em casos de febre alta acione um médico especialista imediatamente. 

Quais são as principais causas de febre em bebê?

A febre é sempre um sintoma, não uma doença. Ela anuncia que algo está errado com o organismo da criança e funciona como uma resposta defensiva para que o corpo se recupere. 

Na maioria das vezes são apenas respostas do sistema imunológico ainda em formação no bebê. São as chamadas febres ocasionais, que passam em poucas horas e não causam nenhum problema mais sério. 

Mesmo assim é interessante observar se a criança apresenta o quadro de febre por muito tempo e se ele está associado a outros sintomas, como tosse, dificuldade para respirar, desconforto ou mesmo espasmos ou convulsões. 

A febre pode ser ocasionada por diversos problemas, mas os principais são:

Infecções 

Neste caso é crucial que o bebê receba atendimento o quanto antes. No caso dos bebês menores de 3 meses as infecções podem ser muito perigosas e demandam redobrada atenção. 

As infecções podem ser de ordem bacteriana ou virótica, como as gripes. Em ambos os casos a medicação deverá ser receitada pelo médico após uma avaliação detalhada do estado da criança. 

As infecções mais comuns são de ouvido, de garganta, urinárias e aquelas provocadas por problemas digestivos. 

Pós vacinação

É muito comum que alguns bebês apresentem febre logo após a vacinação. Isso acontece por conta de uma reação natural do sistema imunológico. As febres deste tipo costumam ser passageiras e não provocam nenhum outro desconforto mais sério. 

Mas é importante salientar que se a criança apresentar o sintoma por longo período de tempo é fundamental a avaliação médica. 

 

Quais sintomas são sinal de uma febre mais grave?

O aumento de temperatura corporal do bebê já deve ser motivo de atenção. Ocorre que em alguns casos a febre poderá vir acompanhada de outras reações. Se o seu filho apresentar alguns dos sintomas abaixo você deverá levá-lo imediatamente a um médico. Os sintomas são:

  • Sonolência excessiva; 
  • Agitação, choro constante;
  • Diarreia;
  • Redução do apetite;
  • Tremores e calafrios;
  • Vômito;
  • Espasmos;
  • Manchas na pele;
  • Inchaços.

As febres altas e as chamadas hipertermias podem provocar convulsões sérias, assim como um aumento súbito na temperatura do bebê. Nesses casos é necessária a internação urgente da criança. 

A febre do meu bebê abaixou, e agora?

Como já ressaltamos, o aumento de temperatura pode ser algumas vezes ocasional, sem representar um quadro de febre mais sério. Se o seu bebê apresentou febre e ela passou ao longo do dia, estabeleça uma rotina de medições de temperatura. A cada 2 horas verifique se há alguma mudança. Neste meio tempo, certifique-se de que a criança está bem alimentada, ventilada e hidratada. 

Se ao longo da semana o quadro não se repetir é provável que tenha sido apenas uma febre momentânea. Mesmo assim é recomendado que o ocorrido seja informado ao médico quando ocorrer a próxima consulta. 

O que posso fazer para prevenir a febre em meu bebê?

Como vimos até aqui, a febre é uma reação natural do organismo e nem sempre é sinal de doenças sérias. Mesmo assim, toda atenção deve ser dada ao bebê para que o quadro não se agrave. 

As melhores formas de prevenir febre em crianças pequenas são as seguintes:

Mantenha as vacinas em dia

As vacinas são a melhor forma de proteger o seu filho de inúmeras doenças. Todas as vacinas disponíveis foram amplamente testadas e são comprovadamente seguras e eficazes. Embora haja o risco de alguma ocorrência de febre logo após a vacinação, ela é sempre passageira e faz parte da resposta do corpo. 

Cuide da alimentação 

No caso de bebês ainda em fase de amamentação é importante garantir que a criança possa contar com o leite materno. Ele possui os nutrientes necessários para que o seu bebê cresça saudável. É importante lembrar que a qualidade do leite materno está diretamente relacionada à saúde da mãe. Uma alimentação equilibrada garantirá um leite ainda mais rico. 

No caso de bebês que já se consomem alimentos especiais, busque sempre produtos de qualidade e de origem natural. O mesmo cuidado deve ser dado a hidratação. 

Atenção com a higiene

Além dos banhos o bebê precisa de redobrada atenção quanto a exposição a germes e bactérias. É preciso garantir um ambiente ventilado, com temperatura ideal, limpo e livre de ácaros – que podem causar alergias e infecções. O cuidado deve se estender também aos utensílios usados pela criança. Fraldas, roupinhas e mamadeiras devem ser higienizados com rigor. 

Mantenha as consultas em dia 

As idas ao pediatra devem ser regulares e a criança deve contar com um acompanhamento mais cuidadoso nos primeiros meses de vida. É importante também aprender a interpretar os sinais que o seu bebê dá quando algo está errado. Um choro mais agudo ou inquietação podem ser prenúncio de que algo não está bem. Tenha sempre em mãos os contatos dos médicos e em caso de dúvidas sempre busque a opinião de um especialista.  

 

Resumindo

A febre em bebês é um acontecimento corriqueiro, que pode ser apenas passageiro ou sinônimo de problemas mais sérios como infecções. Em todo caso é importante que a mãe esteja preparada para avaliar inicialmente qual o estado clínico da criança. 

Nos casos mais simples, um banho na temperatura certa, compressas e roupas leves podem resolver o problema. Já em casos mais delicados é fundamental agir prontamente e garantir que o bebê esteja bem hidratado até que seja avaliado por um médico. 

 

Referências:

Dr. Juarez Furtado: “Febre, e agora – O que fazer?