Os tipos de parto mais comuns + download gratuito de modelo de plano de parto
Sabemos que a gravidez é um momento lindo na vida da mulher, mas, em contrapartida, também pode causar muitas dúvidas e incertezas.
E no primeiro lugar do ranking dessas incertezas, entram os inúmeros tipos de parto e qual deles é o melhor. Se você está lendo esse texto porque vai dar a luz em breve, saiba que nós (as mamães aqui da Verdi Natural) também já passamos por isso, e estamos aqui para te ajudar a tomar a melhor decisão para você.
É muita coisa acontecendo no nosso corpo e na nossa mente durante a gravidez, e às vezes parece impossível colocar as ideias em ordem e tomar uma decisão. Mas lembre-se que é apenas uma fase, e que tudo vai ficar bem, porque você já é uma mamãe maravilhosa.
E dito isso, vamos começar a esclarecer as coisas. Em primeiro lugar, saiba que o parto se divide em dois grandes tipos: os vaginais e os cirúrgicos. Ou seja, ou você vai dar à luz através de um processo natural do seu corpo, ou, você vai trazer esse bebê para o mundo através de uma cirurgia.
Uma coisa muito importante que precisamos falar logo aqui, é que não existe certo e errado. Não existe um parto melhor do que outro, e nem você será vista como fraca se optar por uma cesárea.
Cada corpo é único e funciona de um jeitinho todo especial. O que funciona para você, pode não funcionar muito bem para outra mamãe. Mantenha o foco em você e no seu processo, e assim tudo vai acontecer naturalmente.
E voltando para os tipos de parto, vamos entender cada um deles, suas vantagens e desvantagens.
Partos Cirúrgicos - cesárea ou cesariana
A cesárea é uma cirurgia, ou seja, o bebê nasce através de uma incisão (corte) feita no abdome e no útero da mãe.
Por ser uma cirurgia, esse tipo de parto apresenta todos os riscos de qualquer outro tipo de procedimento cirúrgico. Que vão desde o preparo pré operatório e anestesia até a recuperação da mãe após o nascimento.
De acordo com as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde), apenas 15% dos partos em todo mundo têm a necessidade de serem realizados por meio da cesárea. Isso porque os órgãos de saúde classificam a cesárea como uma cirurgia de emergência.
Quando a cesariana é indicada
Como toda cirurgia, a cesárea também tem as suas indicações. Já que é considerada uma intervenção feita em caráter de urgência, esses são alguns dos fatores que podem levar o corpo médico a optar por uma cesárea:
- bebês muito grandes (geralmente com mais de 4,5kg), especialmente em mamães de primeira viagem
- qualquer sinal de que o bebê possa estar sofrendo dentro do útero
- quando o bebê não está posição correta para o nascimento de parto vaginal
- placenta baixa, ou placenta prévia, ocluindo a abertura do útero
- descolamento prematuro da placenta
- prolapso de cordão, quando o cordão umbilical sai antes do bebê
- bebês com malformações congênitas que impossibilitam o parto vaginal
- gestação gemelar em que o primeiro bebê não está de cabeça para baixo
Existem também fatores relacionados à mulher. Doenças crônicas por exemplo podem apresentar risco tanto para a mãe quanto para a criança, então uma cesariana pode ser a melhor opção.
E ao contrário do que muitas pessoas pensam, bebês pequenos ou prematuros não configuram uma indicação de parto cirúrgico. De acordo com os órgãos de saúde, a cesárea deve ser feita sempre que existir risco de morte iminente, tanto para a mãe quanto para o bebê.
Uma curiosidade sobre a relação dos brasileiros e brasileiras com a cesárea é a quantidade de cirurgias desse tipo realizadas por ano. Na rede particular de saúde, 80% dos partos são feitos através de cirurgia, colocando o Brasil na segunda posição mundial em percentual de cesarianas.
Mas será que a cesárea é realmente uma vilã?
Você mamãe que está lendo esse texto, e que certamente já deve ter lido muitos outros, com certeza já ouviu muita gente falando mal da cesárea. Que ela é desnecessária, porque o nosso corpo foi criado e projetado para o momento da concepção, que cesárea é perigosa, pode fazer mal para o bebê, que a recuperação é complicada, e por aí vai.
Não foque os seus pensamentos nesse tipo de comentário. A evolução da ciência e da medicina estão aqui para nos ajudar, se você precisar fazer uma cesárea, ou se você simplesmente optar por ela, fique tranquila. O corpo é seu, você conhece os seus limites e você sabe a melhor forma de lidar com eles.
Partos Vaginais, também chamados de normal ou natural
O parto vaginal é mais conhecido como parto normal, e mais recentemente vem sendo chamado de parto natural. Nesse parto, o bebê nasce “quando está pronto”, saindo naturalmente através do canal vaginal.
Mas, mesmo sendo um parto normal, ainda podem existir intervenções cirúrgicas quando há necessidade, e neste caso chamamos isso de parto vaginal cirúrgico.
Diferença entre parto vaginal natural e parto vaginal cirúrgico
O parto vaginal natural acontece quando há pouca ou nenhuma interferência médica durante todo o processo de nascimento.
Já no parto vaginal cirúrgico, o corpo médico pode intervir para ajudar quando a mãe está com dificuldade. Nesse caso, é comum que a mulher receba ocitocina - hormônio que induz a concepção.
Parto vaginal natural
O parto vaginal natural, ou só parto natural, é aquele que acontece sem nenhum tipo de intervenção médica, ou com o mínimo de intervenções possíveis.
Podemos dizer que nesse tipo de parto a mulher é sem dúvida a grande responsável por todo o processo. Obedecendo aos comandos do corpo, a mãe tem participação ativa na hora de trazer seu bebê para o mundo.
E quando falamos em “mínimo de intervenções médicas possíveis”, estamos nos referindo aos procedimentos considerados padrão durante o trabalho de parto. Ou seja, no parto natural a mulher não recebe anestesia, analgésicos e nenhum tipo de hormônio para acelerar as contrações e induzir o nascimento.
E a informação mais importante que precisamos falar aqui é a seguinte: ao escolher esse tipo de parto, a mulher deve estar ciente de que precisará aceitar a dor e o desconforto do processo.
Benefícios do parto vaginal
Sendo o parto vaginal um processo natural do corpo, ele tem benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê.
O primeiro benefício (e que muitas vezes é pouco comentado) é a forte ligação que se forma entre mãe e filho nesse momento. Essa ligação facilita inclusive o processo de amamentação, já que durante o trabalho de parto os hormônios femininos estão trabalhando intensamente.
Outro benefício para a mãe é o simples fato de não ser submetida a uma cirurgia. Ou seja, sem riscos relacionados a anestesia, incisão e administração de hormônios.
Além disso, a recuperação tanto da mãe quanto do bebê são mais rápidas, e ambos têm alta hospitalar mais cedo. A mulher também sentirá menos dores no pós parto, além de menor risco de infecção e ausência de cicatriz.
Esse bebezinho que está nascendo também é beneficiado pelo parto vaginal. Isso porque ao passar pelo canal vaginal seu tórax é comprimido, e essa compressão ajuda a expulsar o líquido amniótico dos pulmões.
Com isso, o processo de maturação dos pulmões do bebê é acelerado, e o sistema imunológico também é fortalecido, o que reduz as chances de problemas respiratórios no nascimento.
Um dado interessante que corrobora os benefícios do parto vaginal, é que apenas 3% das crianças que nascem dessa forma precisam passar pela UTI neonatal, por conta de desconforto respiratório transitório.
Os partos vaginais também reduzem os riscos de a criança desenvolver diabetes tipo 1, asma, alergias e outras doenças autoimunes.
Algumas desvantagens do parto vaginal
Os partos vaginais também têm suas desvantagens, e apesar de serem poucas, nossa ideia com esse texto é mostrar os fatos, assim você tem mais informações para tomar a melhor decisão do que vai funcionar para você.
Se o trabalho de parto for muito longo, existe o risco de a criança nascer “cansada”, e isso resulta em baixa pontuação na Escala de Apgar. Essa escala é como se fosse uma “nota” que o bebê recebe ao nascer, a partir da análise de todos os sinais vitais logo nos primeiros 1 e 5 minutos de vida. Essa nota fica registrada na caderneta da criança.
Mas não é só o tempo de trabalho de parto que afeta a Escala Apgar. Idade gestacional, uso de medicamentos durante a gravidez, condições neurológicas do recém-nascido e manobras de intervenção cardiorrespiratória também afetam essa nota.
Outra coisa que pode acontecer durante o parto vaginal é a ruptura do períneo, região que fica entre o anus e a vagina. Essa ruptura pode demandar pontos ou não, dependendo da gravidade.
Tipos de parto vaginal natural
Parto vaginal natural de cócoras
O parto de cócoras também é conhecido como parto vertical, isso porque a mulher precisa ficar agachada.
Esse costuma ser o parto mais rápido de todos, já que a posição da mãe trabalha a favor da gravidade para facilitar a saída do bebê. Além disso, a posição de cócoras ajuda a relaxar a musculatura do abdome e da pelve.
Mas, existem alguns requisitos mínimos para que a futura mamãe possa fazer um parto de cócoras:
- colo do útero com 10cm de dilatação
- o bebê precisa estar na posição correta, ou seja, de cabeça para baixo
- o bebê não pode ser muito grande, deve ter até 4kg
- a mulher deve ter tido uma gestação saudável
- um bom condicionamento físico ajuda, já que a posição é mais cansativa
Parto vaginal natural na água
O parto na água costuma ser o mais confortável dentre todas as opções, isso porque a água ajuda na circulação sanguínea, no relaxamento muscular e na dilatação do colo do útero.
Além de ser mais confortável para a mãe, também é menos traumático para o bebê, uma vez que o ambiente estará com luz baixa e sem nenhum tipo de barulho externo.
Algumas coisas para você ficar atenta ao escolher esse tipo de parto:
-
é preciso procurar um hospital/maternidade que ofereça o serviço, já que é necessário um espaço todo preparado
-
sua gravidez deve ter sido saudável e sem nenhum tipo de risco ou intercorrência
-
por segurança, a equipe médica deve estar de prontidão para ajudar
-
a água da banheira deve estar numa temperatura próxima a 36ºC
Parto vaginal natural leboyer
O parto leboyer foi criado no começo da década de 70 pelo médico francês Frederick Leboyer. Ele foi o primeiro médico a dar devida importância ao bebê e ao vínculo formado entre mãe e recém-nascido. Por isso, o parto leboyer também é conhecido como parto sem violência.
Leboyer tinha alguns questionamentos, que o levaram a criar sua própria experiência de parto: será que nascer é uma experiência agradável? Porque as crianças nascem chorando ao invés de somente respirar? É possível evitar esse “sofrimento?”
Então, o objetivo do parto leboyer é evitar o estresse do recém-nascido, para isso o parto deve acontecer em um ambiente similar ao útero, ou seja, silencioso, aquecido e com pouca luz. Outra prática do parto leboyer é cortar o cordão umbilical somente quando ele para de pulsar.
O nascimento leboyer é quase uma filosofia, um modo de pensar, para trazer ao mundo uma nova vida, de forma não violenta. E se você quiser saber sobre esse tipo de parto, existe um livro escrito pelo médico criador do método, Frédérick Leboyer, em 1992, o livro chama-se Nascer Sorrindo.
Parto vaginal natural de joelhos ou de quatro
Esse tipo de parto também é chamado de quatro apoios, porque a mulher fica com os joelhos e as mãos no chão. Ainda não é um parto muito praticado no Brasil, mas tem suas vantagens:
- alivia a dor na lombar causada pelo trabalho de parto
- facilita a passagem do bebê pois amplia a abertura da pelve
- diminui a necessidade de episiotomia
E ainda, se a futura mamãe se sentir desconfortável durante o processo, pode transformar a posição em seis apoios, colocando também os cotovelos no chão.
Parto vaginal natural lateral
O parto lateral também é um dos poucos convencionais. Nele, a mulher fica deitada de lado, com as pernas flexionadas, e uma delas levantada. Quando a contração acontece, a perna baixa.
Nessa posição as contrações costumam ser mais intensas porém menos frequentes. E isso pode deixar o parto um pouco mais confortável e rápido. O parto lateral é indicado para todas as gestantes que tiveram uma gravidez saudável e podem passar por um parto normal.
Parto humanizado e cesárea humanizada
Existe muita confusão quanto ao parto humanizado, mas o fato é que ele não pode ser considerado um tipo de parto, tampouco é uma nova técnica.
O parto humanizado nada mais é do que aquele em que se respeita a mulher, suas vontades e o seu corpo. É necessário sim que exista uma equipe médica para ajudar em casos de alguma emergência, mas quem comanda o nascimento é a mulher.
É ela quem decide em que posição quer ficar, a intensidade da luz, se quer ou não ouvir música. E logo que o bebê nasce, ele é colocado diretamente nos braços da mãe, e o cordão umbilical só é cortado quando para de pulsar.
E justamente por não ser um tipo de parto, o nascimento humanizado pode ser feito em qualquer parto, até mesmo em uma cesárea, é o que chamamos de cesárea humanizada.
Mesmo sendo um procedimento cirúrgico realizado por uma equipe médica, ainda se mantém a premissa de respeito ao corpo e desejos da mãe, e também a prática de não violência.
Violência obstétrica
Você já deve ter ouvido falar sobre violência obstétrica, mas o que é isso e o que ela tem a ver com os tipos de parto? Levando em consideração que a maioria dos tipos de parto preconiza a liberdade de escolha da parturiente, a violência obstétrica é algo sobre a qual precisamos discutir.
A violência obstétrica é o desrespeito à mulher, à sua autonomia, ao seu corpo e aos seus processos reprodutivos. Pode se manifestar como violência verbal, física ou sexual, e pela adoção de intervenções e procedimentos desnecessários ou sem evidência científica comprovada.
Alguns exemplos do que é considerado violência obstétrica:
- aplicação de ocitocina sem necessidade ou consentimento
- manobra de Kristeller (pressão sobre a barriga da mulher para empurrar o bebê)
- lavagem intestinal durante o trabalho de parto
- episiotomia sem necessidade ou sem consentimento
- raspagem dos pelos pubianos
- impedir a mulher de se movimentar durante o parto
- não permitir que a mulher escolha a sua posição de parto
- impedir que a mulher se alimente ou beba água durante o trabalho de parto
- negar anestesia, inclusive no parto normal
- demasiados toques na mulher, por várias pessoas e sem o devido esclarecimento e consentimento
- dificultar o aleitamento materno na primeira hora
- impedir o contato imediato da mãe com o recém nascido
- proibir a entrada do acompanhante, que é um direito da parturiente
- realizar cesárea sem o consentimento da mulher e sem o esclarecimento dos riscos
Plano de parto
O plano de parto é um documento com validade legal reconhecido pelo Ministério da Saúde. Nele, a mulher pode enumerar todos os seus desejos com relação ao trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
O parceiro ou parceira pode ajudar a mulher a elaborar o documento, ou se o casal conta com o apoio de uma doula, ela também poderá auxiliar a formular um documento bastante completo.
O plano de parto é uma segurança, para garantir que a sua vontade como mãe e mulher seja colocada em prática, além disso o documento também pode ser uma forma de evitar qualquer tipo de violência obstétrica.
Se você não sabe como fazer o seu plano de parto, vamos deixar um modelo aqui para você fazer o download e usar.
FAÇA O DOWNLOAD DO PLANO DE PARTO